terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

DIREITOS DA MULHER - CHAME vai participar do carnaval 2010

Pela primeira vez o Centro de Referência de Apoio à Mulher (Chame) participa do Carnaval de Boa Vista. De 13 a 16 de fevereiro, os profissionais do Chame farão um trabalho de divulgação aos brincantes da festa, por meio de uma parceira firmada com a Coordenação Estadual DST/AIDS e Coordenação Municipal DST/AIDS. No trabalho de divulgação serão distribuídos folders e adesivos informativos dos serviços disponíveis a população.

“Nosso objetivo é disseminar o trabalho e apresentar as várias facetas do Centro para a comunidade”, afirma a coordenadora do Centro de Referência à Mulher, Edilene Vicente da Silva Melo. São quase seis meses de atendimento à mulher vítima de violência doméstica e os resultados são tão satisfatórios que foram estendidos à data mais comemorativa do país. “Com esse trabalho de divulgação no carnaval, a procura vai ser muito maior e fora do CHAME isso configura mais resultados positivos” pondera.

José Nilton também faz parte da Coordenação do Centro de Referência e considera essencial o trabalho dos profissionais que dedicam seus conhecimentos a uma causa ‘justa’. “No Chame nosso trabalho é eficaz e faz com que mulheres possam conhecer seus direitos e serem mais felizes resolvendo seus problemas” explica.

Com a implantação do Chame, criado por intermédio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e presidido pela deputada Marília Pinto (PSB), a realidade começa a mudar a vida de centenas de mulheres. Para Edilene o apoio da deputada é fundamental para a realização deste projeto.

“Marília teve o carinho e o cuidado de colocar em prática esse desejo antigo em prol das mulheres. Ela conhece a realidade destas vítimas de violência”, afirma. O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Mecias de Jesus (PR), também tem papel fundamental na concretização do Chame. “Sem a colaboração de Mecias, não seria possível a continuidade dos atendimentos. Tudo que precisamos temos o apoio incondicional do presidente da ALE”, comemora.

O Chame realiza um trabalho voltado para mulheres vítimas de violência doméstica, com ações voltadas ao enfrentamento a violência. Seu principal foco é difundir a Lei Maria da Penha e as suas conquistas.

Palestras e seminários fazem parte da agenda de eventos do Chame e temas como DST, gravidez na adolescência e os tipos de agressão contra a mulher são constantes nestas apresentações.

CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - Momento CHAME é realizado no bairro Asa Branca


A psicóloga do CHAME, Ana Paula Lessa, palestrou para um grupo de 21 moradoras do bairro Asa Branca. Foto: Platão Arantes

A Associação dos Moradores do Bairro Asa Branca recebeu, na manhã desta quinta-feira (28) a equipe do Centro de Referência de Apoio a Mulher (CHAME) para a realização de palestras voltadas às mulheres vítimas de violência doméstica. Participaram das palestras 21 moradoras do bairro. Esse ciclo de palestras faz parte da programação do “Momento CHAME”. Esta foi a 2ª palestra de 2010.

A presidente da Associação de Moradores do bairro Asa Branca, Domícia Plácida, disse que a necessidade de alertar as mulheres do bairro é essencial para que todas conheçam seus direitos e se valorizem na sociedade. “Acontece muita violência contra a mulher e quero que todas estejam preparadas para se defender nesse mundo extremamente machista”, lamentou.

Domícia afirmou que já ouviu muitos relatos de agressão verbal e física contra algumas moradoras do bairro e sabe que muitas delas não prestam queixas por medo de represálias. A líder comunitária sabe que não pode fazer muito, mas o pouco que faz considera essencial. “Devemos fazer nossa parte. Tudo isso me preocupa muito, pois tenho uma filha e temo por ela. As mulheres devem se valorizar”, ponderou.

Leidiane Evaristo de Carvalho, 26, é moradora do bairro e participa com frequência de eventos promovidos pela Associação. Faz curso de cabeleireiro na sede e considera importante e esclarecedor a iniciativa do CHAME. “Essas palestras servem pra divulgar ainda mais sobre nossos direitos. A gente fica em alerta contra as agressões”, afirmou.

Leidiane é casada e nunca foi agredida pelo marido, mas já foi testemunha de agressões de moradoras do Asa Branca. “Foi horrível o que vi. Uma delas é constantemente agredida e nunca prestou sequer um boletim de ocorrência contra o marido”, criticou.

CHAME tem papel fundamental

Com a implantação do CHAME, criado por intermédio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), presidido pela deputada Marilia Pinto (PSB), a realidade começa a mudar na vida de centenas de mulheres.

O CHAME realiza um trabalho voltado para mulheres vítimas de violência doméstica. São ações voltadas ao enfrentamento à violência e seu principal foco é difundir a Lei Maria da Penha e as suas conquistas. Palestras e seminários fazem parte da agenda de eventos do CHAME e temas como DST, gravidez na adolescência e os tipos de agressão contra a mulher são constantes nestas apresentações.

Para a psicóloga do CHAME, Ana Paula Lessa, a meta é incentivar a independência da mulher e garantir seus direitos como cidadã. “A palestra foi animadora, pois observei que todas elas já sofreram agressão verbal e com as informações elas puderam enxergar novos horizontes”, garantiu.

Segundo a psicóloga, a violência tem várias facetas e o pontapé inicial para agressões mais graves é a verbal e fatalmente seguirá um ciclo vicioso e perigoso. “As agressões podem ser comportamental (quando o companheiro discrimina, subjuga e impede a mulher de ter autonomia), moral, psicológica, patrimonial e sexual (essa considerada a mais devastadora de todas as violências. O CHAME prioriza a mulher e incentiva o posicionamento de alerta para que elas saibam como proceder num caso de truculência”, explicou.